domingo, 1 de novembro de 2009

Sorvetes e Nostalgia

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- E aí? - Depois de um longo silêncio, Edu perguntou - a fim de tomar um sorvete?
Ela abriu um enorme sorriso:
- Só se for de menta.
- E sem amantes, - ele se levantou e estendeu a mão para ela - certo?
Ela segurou a mão dele e se levantou, limpando a areia presa na calça jeans que Renan tinha dado para ela.
- Uau - ela olhou Edu de cima à baixo - Você cresceu!
- Eu te disse que isso ia acontecer algum dia!
Bianca sorriu. Havia se esquecido de como era bom e fácil ficar perto dele. Ela não precisava agradá-lo, só tinha que ser ela mesma. Havia se esquecido de que ele a conhecia tão bem quanto ela própria, e por isso, ela não precisava pensar no que conversar, o silêncio falava por eles.
Ao se aproximarem do sorveteiro, Bianca lembrou-se de que precisava acabar logo com isso. Pegou o telefone e pensou em ligar para sua mãe.
- Ele vai voltar.
- Oi? - Bianca o olhou sem entender aonde ele queria chegar.
- Seu noivo.
- Ex.
- Tá, ex-futuro-noivo.
- Não, Edu, você não entendeu... - ela tentou argumentar.
- Eles sempre voltam, não seja precipitada...
- Mas eu não vou voltar, Edu.
Edu sorriu. Não pode deixar de notar que se sentia feliz por isso. Não guardara rancor por todo esse tempo em que ela esteve ausente. Não era egoísta e a queria feliz com quem quer que fosse. Mas seus poros gritavam por ela. Sua chance de fazê-la feliz era agora, e isso também não parava de ecoar na sua cabeça.
- E o que você vai fazer?
- Avisar para minha mãe que não tem mais casamento, enquanto você vai ali e compra nosso sorvete! - ela piscou.
Edu adorava a forma como Bianca controlava a situação. E por mais que ela não concordasse, ele a achava forte. O tempo não a mudara muito, nem a cidade grande. Seus cabelos negros (agora com mechas loiras) ainda o fascinavam. E apesar da grande quantidade de maquiagem (agora borrada), Edu ainda via a mesma Bianca de sempre.
Comprou os dois sorvetes de menta e dirigiu-se ao banco onde ela estava sentada. Sentou-se ao seu lado.
- E a sua mãe?
- Obrigada, - ela disse, pegando o sorvete - Ela ficou chocada, é claro. Não esperava nada disso, como eu.. Mas ela entendeu e disse que vai desmarcar tudo.
- E.. - ele não sabia ao certo como perguntar isso, a vergonha e a timidez sempre o pegavam nessa hora - Quando você.. hm, você volta pra São Paulo?
- Só depois do casamento. Do dia que seria o casamento, né?
O coração de Edu acelerou. Quer dizer, então, que ele teria duas semanas com ela? Não, ele pensou, Ela não está interessada em você. Acabou. Isso já faz cinco anos e..
- Você vai me fazer companhia todos os dias, né? - ela disse, de repente.
... você está parecendo um adolescente estúpido!
- Claro - ele não pensou para responder, quando notou as palavras já tinham saído de sua boca - Você vai é se enjoar de mim!
- Não... - ela sorriu - Vou matar as saudades!
Edu nunca conseguiu entender as mulheres. Agora ela tá dando em cima de mim?, pensou de novo. Não sabia como reagir.
- Aliás - ela disse, interrompendo os pensamentos perdidos de Edu - Você e eu temos que ir ao parque da praia!
- Mas, Bianca, nós somos adultos e..
Ela se virou para ele e o encarou:
- Por que você tem que ser tão sério o tempo todo?
- Não é isso! - ele desviou o olhar - Nós não cabemos mais lá!
- Aposto outro sorvete que cabemos naquele de girar!
- O redondo que me deixa enjoado?
- Exatamente!
- Apostado, então - ele se levantou e foi andando em direção ao parque. Bianca o seguiu.
No caminho até o parque, risadas e bobeiras tomaram conta dos dois. Sentiram-se com 15 anos de novo e desejaram que aqueles pequenos segundos se transformassem em minutos, horas, dias!
- E aqui está a aposta que eu vou vencer! - ele disse
- Quem vai primeiro?
Ele segurou o brinquedo e sorriu:
- Primeiro as damas, é claro.
Com medo de cair, ela subiu e sentou-se no banquinho amarelo enferrujado. "Gelado!", ela disse, rindo. E Edu sentou-se no banquinho também amarelo e enferrujado na frente dela.
Começaram a girar lentamente. Giraram, giraram e giraram. O enjoo passara após a primeira volta e agora Edu só conseguia encarar aqueles olhos castanhos que se apertavam quando ela sorria. Giraram, giraram e giraram. E a chuva caía fria em seus ombros. Giraram, giraram e giraram. O vento bagunçava os cabelos negros dele. Giraram, giraram e giraram. E as duas semanas haviam passado.

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- Promete que vai vir me visitar? - ele pediu.
- Claro! E eu volto mesmo dessa vez, ok?
- Tem certeza que vai ficar bem lá?
- Tenho, Edu! - ela ficou na ponta dos pés para beijar a bochecha dele - Eu tenho que voltar e continuar a vida...
- Tudo bem, tudo bem... Mas você sabe como fico preocupado e tudo mais...
- Deixa de ser bobo! - e rapidamente, mais rápido do que Edu imaginara, Bianca ficou na ponta dos pés novamente e encostou sua boca na dele.
Sem graça, continuou:
- Meu voo já tá indo, a gente se vê!
Edu ficou paralisado, novamente a vendo partir. Aquela cena já era conhecida e pelo visto, não teria um final diferente.
- Bianca!
Ela se virou e deu de cara com Edu arfando e descabelado. Estavam próximos. Edu a segurou pela cintura, e antes mesmo que ela pudesse falar alguma coisa, ele se inclinou e a beijou. Finalmente fez o que mais queria em toda a sua vida. Esperava por esse momento desde que a vira pela primeira vez, entre as novatas perdidas do seu curso de inglês.
- Eu pensei que você não fosse fazer nada...
- E te perder outra vez? Nunca.

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11 comentários:

  1. aaaai, que liiiindo *-* to adorando muuuito

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  2. Eu gostei :D
    Quero ver logo o final! Essas cenas na praia são as melhores.

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  3. e você teimando comigo
    claro que é o que eu disse, dã

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  4. Nossa, curti muito...aguardando o final *-*

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  5. Ownnn que texto lindo meninee!
    beijos

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  6. Eu to amando essa históriaaaaa
    to ansiosa jah *-*
    casal mais perfeito esse caran

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  7. ameei o post,
    quero ler o final *-*
    Beiijos :*

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  8. Cadê ela? Já chegou ...e ele como ficou??
    Bjo

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  9. ai caramba ++
    você sempre escreve histórias que tem um final assim, TO ROENDO OS DEDOS PRA CONTINUAÇÃO OK

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Todo mundo merece um comentário legal :)