domingo, 16 de agosto de 2009

O Teste

- Negativo – Ele disse, ainda sem saber se ser direto era o ideal nesse momento tão delicado.
Os olhos dela passaram de curiosos à indignados em uma fração rápida de segundo, ao mesmo tempo em que ela se sentava no banco às suas costas, largando-se lá.
- Querida, - ele se ajoelhou perto dela – Não é o fim do mundo. Você sabe que dá pra tentar de novo!
Ela encarou os azulejos velhos do banheiro e respirou fundo. Segurou o choro e disse, baixinho, quase num sussurro:
   - É o meu “décimo” negativo, Edu. Tô começando a perder as esperanças, eu não agüentaria mais um...
- Mas, querida, podemos tentar de novo! – Ele disse, tentando anima-la.
- Eu já tenho 35 anos, Edu! Uma gravidez nessa idade já não é mais aconselhável...
- Mas você é completamente saudável! O próprio médico nos disse que não há nada de errado com você! Nem comigo!
Ele queria aquele bebê tanto quanto ela. Estavam casados há 10 anos e até agora, nada. Todas as tentativas foram frustradas, já que além das 10 ela perdera mais três bebês. Um por não saber que estava grávida e dois pelo óvulo ser cego.
Foram ao médico. Fizeram exames e mais exames. Tudo estava bem, era falta de sorte mesmo. Fizeram promessas, simpatia e tudo mais que disseram que a faria finalmente engravidar. Nada, nada e nada.
- E se isso for um sinal? – Ela olhou para o marido com os olhos cheios d’agua, enquanto apertava sua mão com força – E se não for para sermos pais?
Eles já haviam considerado a adoção. Mas para conseguir uma criança, era necessário esperar de 5 a 10 anos e enquanto isso, eles poderiam tentar, é claro.
Aquela era uma tarde ensolarada de domingo e finalmente com a menstruação atrasada novamente, ela foi à farmácia e comprou outro teste. Subiu as escadas com uma certa ansiedade e ao mostrar a caixinha ao marido, ambos correram para o banheiro.
A decepção já estava se tornando parte dos dois. Toda vez era a mesma coisa: um balde d’água fria.
- Não é possível! – Ele disse, tentando conforta-la – Acalme-se, querida, por favor! É lógico que vamos ser pais, é só ter um pouquinho de paciência!
- Foi a última vez que tentamos, tá legal? Eu não quero mais isso, hoje já foi o suficiente, a gota d’agua! – Ela disse, sentindo-se um pouco revoltada, indo em direção à sala. Ela havia desistido.

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3 meses após esse dia, Bianca se sentia estranha, não sabia exatamente o que tinha. Ora sentia-se enjoada, ora estava louca de fome. Estava engordando, fazendo xixi toda hora e com muito, muito sono.
- Querido, quanto tempo tem que fizemos aquele último exame? – Ela perguntou, olhando para a barriga no espelho.
- Uns 2, 3 meses... – Ele respondeu, despreocupado, lendo jornal deitado na cama.
Ela colocou as mãos na barriga e olhou-se arregalada no espelho. Sua menstruação não viera mais, todos os sintomas indicavam uma...
- Querido, - ela disse, deixando o êxtase tomar lhe por completo – Eu estou grávida!

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7 comentários:

  1. AI QUE LINDO *-* Adoro essas histórias de casais e gravidez e tudo mais!
    Adorei mesmo.
    E a mulher não dava sorte, hein, pqp! aguagiuahaguy

    Parabéns, Mari!

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  2. bem história de mulherzinha isso aí
    a mulher devia jogar na loteria então!
    haha

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  3. já te falei que vc tem o dom pra escrever? pois é, tem sim :D
    tá perfeeito! beeijo

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  4. concordo com zubat.. depois de 10 anos, acho que 6 numerozinhos iriam cair bem :)

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  5. Muito lindo esse post!
    É sempre assim... é só desistir que acontece!

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  6. Se existe uma pessoa que eu amo de mais nesse mundo, é vc!

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Todo mundo merece um comentário legal :)