segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Acho que me apaixonei


        No meio de tanta coisa que a gente encontra nessa vida, lá estava ele. Não se preocupava se estava bonito, se as garotas o reparavam, se a bebida estava quente ou se a música estava chata. Ele queria se divertir: ria, brincava, dançava, girava, se esfregava na parede. Eu o observava disfarçadamente, afinal, ele não imaginava o quanto o meu peito doía por esconder todos esses sentimentos que insistiam em querer vazar justamente quando eu estava perto dele. Sabe quando você encontra uma pessoa que parece ter sido feita pra você? Eu não precisava beijá-lo para saber o quanto seria bom. Estar por perto já era como estar nas nuvens! Eu encontrava um pouquinho de mim mesma naquele ser o tempo todo, em cada sorriso, em cada palhaçada, em cada momento em que ele vinha brincar comigo e não dar em cima de todas as belas meninas que passavam por ele. Cada vez eu me fascinava mais e mais...

      Mas a vida não é perfeita. Às vezes o que a gente quer não é melhor pra gente e por mais que uma parte minha me diga para ainda ter esperanças, é hora de frear. É hora de parar, respirar fundo e aceitar a dor da perda antes mesmo da comemoração de vitória. Mas quem disse que isso é possível? E toda essa intuição me gritando que "sim, ele também sente isso"? Como boa canceriana que sou, eu nos imaginei juntos, viajei em todos os momentos perfeitos (e até mesmo os não perfeitos) que passaríamos até o fim de nossas pacatas vidinhas. Eu queria roubá-lo ali mesmo, na frente de todos. Queria gritar o quanto eu gostava dele e quanto poderíamos funcionar bem se ele quisesse. Todas as músicas que tocavam pareciam ser para nós; pareciam ter sido escolhidas por alguém que sabia da minha situação e que, assim como eu, queria que ele me notasse como algo a mais do que uma boa amiga. 

     Não sei se ele desconfia de tudo isso aí que eu sinto. Às vezes acho que sim, às vezes acho que não. Não sei se algum dia terei coragem de deixar com que ele me invada desse jeito e veja o estado frágil em que meu coração se encontra. E se ele me ignorar? E se não me der todo o valor que peço? Não sei se ele sabe que fomos feitos um pro outro, por mais que no começo da nossa amizade eu tenha negado isso pras minhas amigas e até mesmo pra mim mesma. Mas agora que finalmente entendi (e principalmente, admiti) o que sinto, a incerteza me corrói, invade meu peito e me machuca de forma profunda, sugando todo o pouco de felicidade que restava no meu âmago. Vai passar, eu sei. Mas e se eu não quiser que passe?

Acho que gosto de você mais do que deveria. 


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