segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Porco-móvel e Coca-Cola


     Eu estava triste e cabisbaixa, sentada em um dos puffs espalhados pelo shopping quando meu celular tocou. Oba, mamãe chegou pra me tirar desse tédio!, pensei. Dito e feito. Fui andando vagarosamente até o carro, enquanto o vento bagunçava meus cabelos e tentava levantar meu vestido... Por que as coisas não eram como eu queria? Por que tudo era tão difícil?
   Entrei no carro e minha mãe, é claro, acabou me distraindo com suas histórias mirabolantes. Eu já não pensava mais no que tinha dado errado, ou no que não acontecera como planejado; eu só queria chegar em casa! O caminho não era muito longo, mas (como em todos os lugares nesta maldita cidade!) era cheio de declives...
   Antes de continuar a trágica continuação dessa pequena história, devo contar onde minha mãe estava quando liguei pra ela do shopping pedindo para que ela me buscasse. Não, ela não tava fazendo nada de errado. Não estava com o Ricardão (calma, pai, respira, ele não existe!!! Foi brincadeirinha!!!), não estava ganhando dinheiro (o que seria ótimo pra mim...), não estava fazendo compras de madame (o que seria muita folga da parte dela, convenhamos!). Ela estava fazendo compras sim, mas num supermercado bastante conhecido: Carrefour.
   Agora que vocês já sabem um pouquinho mais sobre os fatos ocorridos antes da tragédia, continuarei: estávamos felizes, conversando ao som de algum cd que meu pai colocara pra tocar, quando ouvimos aquele clássico tsss tão conhecido e comercializado pela Coca-Cola.
   Desconfiada, olhei pra minha mãe e perguntei:
   - Ei, mãe, você comprou Coca-Cola no Carrefour?
  Distraída, sem ligar os fatos, respondeu:
   - Claro, lembra que a Karine pediu? Pra faze...
  Eu já não escutava mais nada. Rapidamente, girei meu tronco 180º e deparei com a cena: as garrafas de Coca estavam no chão do carro, enquanto uma das duas espirravam aquele líquido marrom para todos os lados!
  - Er.., mãe?
  - Que foi?
  - Acho que tem alguém tomando nossa Coca...
  - Como assim, menina? - definitivamente, minha mãe consegue ser tão lerdinha quando quer...
  - Tá entornando tudo no tapete, mãe!!!!!!
Quando vi que a garrafa não parava de vazar, tirei o cinto rapidamente e as levantei. Tive que ficar meio torta para que elas não caíssem novamente e claro, melar minha mão toda até chegar em casa. Minha mãe estava indignada.
   - Eu vou ligar pro atendimento ao consumidor da Coca-Cola! Isso é um absurdo! Eu não consigo acreditar... Foi só porque eu limpei o carro, não foi? Mandei polir, encerar e lavar... Aí me acontece uma dessas! Acho que vou pedir uma limpeza pra Coca... O que você acha?
   - Eu acho que a gente podia só limpar tudo, mãe. E pedir umas Cocas de graça.
   Minha mãe revirou os olhos, saindo do carro. Calmamente, soltei a garrafa (fazendo uma cara de dor ao ver que ela não parava de vazar) e fui ver o estrago. Só conseguia pensar em uma coisa: O papai vai matar a gente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
   Conhecendo-me um pouquinho, vocês devem estar pensando: "aposto que ela tá exagerando...". Isso mesmo! Até que o estrago nem fora tão grande, graças ao tapete que ficando todo melado e grudado protegeu o chão do carro. Depois de subir, contar a tragédia pro meu pai (que graças a Deus, tinha acabado de acordar e como estava com sono, nem processou direito a informação), descemos e limpamos tudinho.
   É nessas horas que minha mãe tem razão de chamar nosso carro de Porco-móvel. É inevitável.

3 comentários:

  1. Putz!! Tava dormindo mesmo, não percebi o tamanho da catastrofe (kkkkkkkkkkkkkkkk) brincadeira, mas ainda bem que vc's limparam tudo. Papai te ama.

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  2. kkkkkkkkkkk Porco-móvel é ótimo! hahahaha

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Todo mundo merece um comentário legal :)