quinta-feira, 18 de março de 2010

Quem Vai Ficar com Helena?

Atenção: Esse texto é escrito sobre a visão de dois personagens que são identificados entre parênteses, como se fosse um título diferente. 


(Ela)

A locadora velha que se encontrava  na minha rua estava aberta. A chuva estava muito forte, meu guarda-chuva quebrara-se e eu não hesitei quando vi a porta entreaberta: entrei. 
O cheiro de mofo misturado com a poeira e a umidade, me deixaram extremamente enjoada. Respirei fundo e tampei meu nariz com os dedos. Tentei respirar pela boca, mas o ar estava denso e a dificuldade para o fazer foi bastante. 
Caminhei por entre as prateleiras e a dor voltou. Eu estava tremendo - de frio e de febre. Mais cedo, eu estava no bar com meu namorado e alguns amigos dele, quando meu mal-estar voltou. Uma leve dor de cabeça, tontura e dor nas juntas. 
- Hm, amor... Vou para casa...
- Ora, por que? - ele perguntou, sem entender - Hoje não era seu dia de folga?
O calor lá fora era escaldante, mas dentro daquele minúsculo bar - que deveria estar mais quente ainda - eu tremia de frio. 
- É, mas eu não estou me sentindo muito bem...
- O que é que você tem agora? 
Andrew ficava extremamente egoísta quando bebia. Quando contei o que tinha, ele me fez uma cara de desdem e me entregou as chaves de casa. "Vire-se", foi o que entendi. 
No caminho de volta, fui pega pela tempestade e meus sintomas só pioraram: eu estava prestes a desmaiar e tudo ficava escuro à medida que eu me aproximava da locadora. Entrando lá, comecei a tremer mais do que deveria e depois, não me lembro de muita coisa: um tombo no qual bati a cabeça, mãos fortes me segurando e um sorriso - lindo - conhecido. 

(Ele)

Telefone maldito, pensei. Eu não aguentava mais senti-lo vibrar no meu bolso: quem quer que fosse o persistente, seria atendido agora. Olhei o visor e dei de cara com o nome da pessoa que sabia onde eu estava e o quanto eu odiava ser interrompido:
- Porra, Helena! Que diabos você quer comigo agora?
Escutei um pigarro alto do outro lado da linha. Aquilo não poderia vir da minha namorada. Não mesmo.
- Helena?
- Não é a Helena, me desculpe... - uma voz masculina respondeu, totalmente sem graça - É que você é o primeiro número da lista de "ajuda" do celular dela. 
Lista de ajuda?, pensei comigo, Que merda é essa?
- Ahn, fala logo que eu to ocupado... Se for pra pedir dinheiro...
- Não é sobre dinheiro! - o cara respondeu, agora tomando um tom agressivo na voz - Sua...
- Namorada. - completei.
- Certo. - ele parecia tentar entender se o que eu estava falando fazia algum sentido - Sua namorada sofreu um acidente. Passou muito mal e eu a trouxe para o hospital mais próximo...
Nessa hora, esqueci-me de todo o resto. Era como se meu mundo estivesse desmoronando. Não respondi ao cara que ainda falava do outro lado da linha, mas o ouvi pronunciar algo:
- 31 de setembro.
Era o nome do hospital.  

(Ela)

Acordei com a visão ligeiramente embaçada. A roupa que me vestiram me incomodava e quando fiz menção de tirá-la, seguraram minha mão. Deparei-me com um vulto: seus cabelos negros caíam sobre os olhos e ao abrir seu sorriso, o reconheci - era o sorriso do qual me lembrava. Conforme minha visão voltava ao normal, sua feições foram ficando mais conhecidas. Era o meu vizinho, conhecido como Paulista, que me socorrera. 
- Como você está? - sua voz passou pelos meus ouvidos como uma melodia, que me fez sorrir instantaneamente.
- Bem - respondi, rouca. 
- Finalmente acordada! - ele parecia feliz - Agora posso contemplar esse belo olhar... Tenho que dizer que suas pálpebras estavam monótonas... 
Sorri e olhei o lugar onde estava. Era um quarto de hospital! O pânico pareceu me tomar por completo e ao notá-lo, Paulista foi logo se explicando.
- Ei, calma, está tudo bem! Eu te encontrei na locadora... Você tinha caído, pelo que me parece, e no tombo, bateu a cabeça e desmaiou. Acho que pela fratura aí da sua perna, uma prateleira daquelas velhas deve ter caído sobre você...
- Mas não foi nada demais, certo? - uma terceira voz soou do outro lado do quarto, perto da porta. Não a reconheci de primeira e num rápido movimento, olhei quem era.
- Andrew! - exclamei. 
- Amor! - ele correu ao meu encontro e segurou minha mão. 
- E agora volta o cão arrependido... - Paulista disse, suspirando de tristeza ao mesmo tempo em que revirava os olhos, num sinal de desdem.
- Como você está, Helena? - Andrew afagou meu rosto, aturdido. 
- Agora eu estou ótima! 
- E sem andar, por enquanto... - Paulista interveio na conversa - Como eu estava dizendo, você quebrou a perna. Repouso absoluto por um mês.
- E quem é você pra saber disso tudo? - Andrew o olhou com reprovação.
Paulista segurou minha mão e sorriu, um sinal explícito de um início de guerra entre os dois. 
- O cara quem ficou do lado dela o tempo todo.

Para ler a continuação, CLIQUE AQUI

19 comentários:

  1. Que meigo!

    ai quero mais, Quero mais!



    "o homem que ficou o lado dela o tempo todo" Amei ^^

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  2. Amei! Vou esperar a continuação...

    *-----*

    Gostei desse Paulista...

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  3. Ai que legal!!
    Quero logo a continuação!!
    bjos

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  4. De onde vc tira essas ideias velho?
    Pode lançar um livro futuramente

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  5. Que lindooooooooooooo
    agora Andrew vai ver o valor que Helena tem e da pior forma possível kkk

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  6. tem selinho pra vc no meu blog, flor *-*


    http://jamyllecarvalho.blogspot.com/2010/03/looking-for-love-unlike-any-i-loved.html

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  7. Adorei! Fica com o Paulista, Helena! Tô esperando a continuação... Beijo.

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  8. uma palavras para descrever Andrew! PATIFE!
    como ela conseguiu ficar com ele? :O
    eu me surpreendo!
    fica com o Paulistaaaaaa :OOO

    bjs!

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  9. Nossa,.. esse episódio vai dar origem a série?

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  10. Obriigada!
    Ja estava com saudades! *-*
    Beeeeijos! ;**

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  11. QUE FOOOOOOOOOOFO *--------------*
    more, more, more!

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  12. tem um selinho pra vc lá no meu blog.

    xoxo

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  13. Tô esperando a continuação!
    muito legal até aii, curiosa! *-*
    beijos

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  14. aaaaaaaaaaaaah! quero mais, e maiiiss! *--**

    beijos.

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  15. Por um lado eu tbm, o Cadu é gente boa!

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  16. Muitooo bom,eu amei a história...saudades daqui =D
    O paulista me lembra um personagem do Pedro Bandeira em A marca de uma lágrima..amo personagens como o dele!

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Todo mundo merece um comentário legal :)