domingo, 23 de setembro de 2012

Dentro de mim

Por um instante, gelei. Meu coração começou a bater mais forte, minhas pernas ameaçaram falhar, meu olhar procurou o seu. Fiquei esperando você vir até mim sorrindo, de braços abertos, como você fazia toda vez que nós nos encontrávamos naquele lugar tão nosso. Não vou negar que tentei colocar outros ali, onde você ficava. Mas aquele pedaço do muro, ao lado do meu, pertence apenas a você. Em questão de segundos, enquanto eu sugava o pobre rapaz que me lembrava tanto você, percebi o quanto eu queria você ali do meu lado. Não era nosso muro, mas ainda assim dava pra conversar por horas a fio, sem nenhuma preocupação a mais. Fechei os olhos, respirei fundo e magicamente, senti seu perfume, ouvi sua voz, sua risada. Eu posso jurar que você estava ali do meu ladinho!, mas você se desfez tão rapidamente... Nem ficou para um café...
Acho que no final das contas isso tudo foi um dos sintomas de saudade. A gente fica meio fora do ar mesmo. Imagina o que não tem, se ilude e sofre. Você nunca apareceria, eu sei. É bem provável que a gente nunca mais se encontre, mas eu gosto de te sentir quando não há ninguém por perto. De te manter vivo aqui dentro de mim.

Um comentário:

  1. "É bem provável que a gente nunca mais se encontre, mas eu gosto de te sentir quando não há ninguém por perto. De te manter vivo aqui dentro de mim."
    Um doce ilusão, uma esperança de viver de novo com uma cara nova, um sofrimento cego, um amor inapropriado.

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Todo mundo merece um comentário legal :)